Na noite em que o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman foi recebido na Casa Branca, Cristiano Ronaldo marcou presença num jantar de gala organizado por Donald Trump. Este encontro, muito mediatizado, é frequentemente interpretado como uma simples aparição de celebridade — mas revela camadas mais profundas de poder, diplomacia e estratégia.
A relevância diplomática do momento
A visita de Mohammed bin Salman a Washington tem um forte simbolismo diplomático. É a sua primeira ida à Casa Branca em vários anos, num momento em que a Arábia Saudita procura reforçar os laços económicos e estratégicos com os Estados Unidos. Ronaldo, ao estar presente, transcende o papel de atleta: torna-se parte de um jogo geopolítico onde desporto e diplomacia se cruzam.
O papel de Ronaldo
Cristiano Ronaldo joga no Al Nassr, clube que pertence em grande parte ao fundo soberano saudita comandado por Mohammed bin Salman. A sua participação no jantar não é apenas simbólica — representa a ponte entre o desporto de elite e os interesses políticos sauditas. Além disso, Ronaldo estende assim a sua influência: não está apenas nos relvados, mas nas grandes mesas do poder.
Os atores de peso à mesa
Além de Ronaldo, a presença no jantar incluiu figuras influentes da tecnologia e dos negócios, como Elon Musk e Tim Cook, bem como o presidente da FIFA, Gianni Infantino. Esse retrato mostra que o evento não era meramente social, mas sim uma plataforma de networking global, onde interesses financeiros, políticos e desportivos se entrelaçam.
Uma visão pessoal e simbólica
Durante o seu discurso, Trump destacou Ronaldo de forma pessoal, dizendo que o filho Barron era seu fã e que o facto de o ter apresentado ao jogador poderia reforçar o respeito do jovem por si — uma frase que mistura afeto familiar com poder simbólico. Já Ronaldo, por sua vez, sempre falou de Trump como alguém que “faz as coisas acontecer”, reforçando a admiração mútua.
Tensões e contradições
Este momento glamoroso não está isento de controvérsia. Mohammed bin Salman é uma figura politicamente polarizadora, especialmente por causa de críticas internacionais à sua conduta e ao registo de direitos humanos. A presença de Ronaldo num evento tão carregado politicamente pode ser vista por alguns como parte de uma estratégia de “sportwashing” — usar o prestígio do desporto para normalizar relações ou melhorar a imagem de regimes controversos.
Por outro lado, para Ronaldo este pode ser um momento estratégico de transição: aproximar-se do poder político e financeiro mundial pode ser uma forma de moldar o seu legado para além do campo.
Um momento viral: os “dois GOATs”
Um vídeo publicado pela Casa Branca captou Ronaldo e Trump juntos, sorrindo, com a legenda “CR7 × 45/47” — uma brincadeira simbólica que os coloca como “dois maiores de sempre” (GOATs) nas respetivas áreas. Este gesto, aparentemente leve, carrega um peso simbólico: sugere uma proximidade de imagem entre o futebol mais famoso do mundo e o poder presidencial.
Conclusão
A ida de Cristiano Ronaldo à Casa Branca nesta ocasião é muito mais do que uma fotografia para os jornais: é um ponto de encontro entre desporto, poder e diplomacia. Ronaldo passa de ícone desportivo a figura estratégica, inserida numa rede global de influências. E, ao sentar-se à mesa com líderes políticos e financeiros, reforça a sua posição como um agente simbólico com impacto para além do futebol.
Nota: Imagem gerada com IA.
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