A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk anunciou uma transformação estrutural a nível global, com o objetivo de simplificar a sua organização, acelerar a tomada de decisões e realocar recursos para as áreas de maior crescimento, nomeadamente a diabetes e a obesidade.
No âmbito desta reestruturação, a empresa prevê reduzir cerca de 9.000 postos de trabalho dos atuais 78.400 a nível mundial, sendo que aproximadamente 5.000 cortes deverão ocorrer na Dinamarca.
Segundo a companhia, a decisão surge em resposta ao aumento da procura global e ao crescente dinamismo do mercado da obesidade, que se tornou mais competitivo e orientado para o consumidor, refletindo-se num abrandamento do crescimento nos últimos trimestres.
“Enquanto líder mundial em obesidade e diabetes, a Novo Nordisk entrega produtos transformadores de vidas a milhões de doentes em todo o mundo. Mas os nossos mercados estão a evoluir e nós temos de evoluir também. Isso implica reforçar a cultura de desempenho, direcionar os recursos de forma mais eficaz e investir nas áreas com maior impacto”, afirmou Mike Doustdar, presidente e CEO da Novo Nordisk.
A empresa estima que esta redução de efetivos, abrangendo funções de suporte e áreas da sede, permita gerar poupanças anuais de cerca de 8 mil milhões de coroas dinamarquesas (DKK) até 2026. Estes recursos serão canalizados para novas oportunidades de crescimento, incluindo iniciativas comerciais e programas de investigação e desenvolvimento (I&D).
A implementação do plano será imediata, com comunicação aos colaboradores afetados a decorrer nos próximos meses, em conformidade com as legislações laborais locais. Paralelamente, a farmacêutica vai lançar medidas adicionais para reforçar a cultura de desempenho, o foco organizacional e a eficiência de custos.
No plano financeiro, a transformação implicará custos de reestruturação únicos estimados em 9 mil milhões de DKK, incluindo imparidades. Destes, cerca de 9 mil milhões serão registados no terceiro trimestre de 2025, parcialmente compensados por 1 mil milhão de DKK em poupanças no quarto trimestre. O impacto negativo líquido deverá traduzir-se numa redução de aproximadamente seis pontos percentuais no crescimento do resultado operacional anual em 2025, face às previsões apresentadas em agosto.
Apesar das medidas, Mike Doustdar reforça a visão de longo prazo: “É sempre difícil despedir colegas talentosos e dedicados, mas acreditamos que esta é a decisão certa para garantir o sucesso futuro da Novo Nordisk. Ao realinharmos os nossos recursos agora, estaremos em melhores condições para investir em inovação e crescimento sustentável, beneficiando milhões de pessoas com doenças crónicas em todo o mundo.”
Fundada em 1923 e com sede na Dinamarca, a Novo Nordisk é uma das maiores farmacêuticas globais, com presença em cerca de 170 países. Atualmente emprega cerca de 78.400 pessoas e os seus títulos estão cotados na Nasdaq de Copenhaga e na Bolsa de Nova Iorque.
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