Press Release: Universidade de Coimbra vai ser uma das co-organizadoras da Bienal Nómada da Europa, que acontece numa cidade diferente a cada dois anos. Uma “oportunidade ímpar para repensar a cidade e a região”, sublinha o Reitor.
Coimbra vai acolher, em 2028, a Manifesta, Bienal Europeia Nómada, que pela primeira vez se realizará em Portugal. O anúncio foi feito esta hoje (segunda-feira, 4), pelo Ministério da Cultura, Juventude e Desporto: a Manifesta 17 será promovida pela Universidade de Coimbra (UC), pela Câmara Municipal (CM) de Coimbra e pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), com o apoio do Governo, após estes parceiros terem convidado a Bienal Europeia Nómada para co-criar uma edição colaborativa com a Anozero – Bienal de Arte Contemporânea.
“A realização da Manifesta em Coimbra representa uma oportunidade ímpar para repensar a cidade e a região, projetando-as no mapa internacional como um verdadeiro polo da arte contemporânea. Mais do que um evento, trata-se de um movimento estratégico para impulsionar a transformação urbana, social e cultural, com impacto duradouro. Para a Universidade de Coimbra, reforça-se a sua identidade como instituição que valoriza e promove a arte contemporânea, patente na génese da Bienal Ano Zero — a única bienal do mundo cofundada por uma universidade. A vinda da Manifesta permitirá aprofundar esse caminho, articulando património, território e criação artística”, declara o Reitor da UC, Amílcar Falcão.
“A decisão agora conhecida é de enorme relevância porque, ao reconhecer os méritos da proposta de um diálogo transformador entre a arte e a sociedade, atrai para a cidade, para a região e para o País um grande evento cultural com um comprovado retorno económico um reconhecido potencial turístico. Trazer a Manifesta para Coimbra é uma oportunidade estratégica que reflete o compromisso do Governo com a Cultura nas suas várias vertentes e em todo o território. Especialmente interessante nesta Bienal, para além da visibilidade internacional, é a capacidade de regeneração urbana com impactos duradouros e a mobilização e formação de equipas nacionais”, sublinha a Ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes.
“A Manifesta está a entrar numa nova fase de colaboração intercultural no panorama das artes e da arquitetura europeias ao estabelecer uma parceria com a bienal Anozero, sediada em Coimbra. Esta iniciativa notável, liderada por Carlos Antunes e Désirée Pedro, reflete um compromisso partilhado de trabalho conjunto entre instituições e contextos. Acolhemos calorosamente a sua visão e acreditamos que tais práticas colaborativas entre instituições, comunidades, coletivos e artistas não são apenas essenciais, mas podem muito bem representar o futuro do mundo da arte”, afirma, por sua vez, a Diretora da Manifesta, Hedwig Fijen.
Mais do que uma bienal de arte contemporânea, a Manifesta é uma plataforma interdisciplinar e um fórum de criatividade, inovação e desenvolvimento, atento às questões da identidade, diversidade, migrações, ambiente ou globalização. O projeto envolve profundamente as comunidades locais, incentivando o diálogo entre artistas, residentes, políticos e visitantes.
"É com enorme entusiasmo e sentido de responsabilidade que Coimbra cumpre um sonho e recebe a Manifesta 2028. Este será um momento absolutamente transformador para a cidade e para a região, que vai permitir afirmar Coimbra como um centro de criação contemporânea, de pensamento crítico e de diálogo europeu. A Manifesta, que irá ter a Rua da Sofia como um dos seus vários focos, reforça o nosso compromisso com a cultura, a participação cidadã, o desenvolvimento sustentável e a abertura ao mundo, fruto do trabalho desenvolvido de forma contínua e intensa, ao longo dos últimos anos, pelo Executivo", afirma o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva.
O Património Mundial da cidade de Coimbra e a importância da preservação da floresta são pontes fortes do projeto apresentado à Manifesta no início deste ano. O investimento global previsto de oito milhões de euros é assegurado em 50% pelo Governo. Os restantes 50% são da responsabilidade das entidades locais, doadores e patrocinadores da iniciativa.
“O Bid Book propõe o mote ‘Um mar de árvores’, refletindo uma relação profunda com o território e um olhar crítico sobre os desafios ecológicos, como os incêndios florestais. A programação deverá ser construída em torno de uma forte articulação entre arte contemporânea e património, com intervenções em edifícios históricos, espaços devolutos e locais emblemáticos da cidade. Um dos eixos mais marcantes será a valorização da Rua da Sofia, um espaço ainda pouco dinamizado dentro da zona classificada pela UNESCO, que ganhará centralidade cultural e cívica. Esta visão está em sintonia com o novo Plano de Gestão para a zona classificada da Universidade, Alta e Sofia — atualmente em fase de conclusão — e que reconhece a necessidade urgente de transformação da Sofia. A Manifesta funcionará, assim, como catalisadora de uma regeneração urbana e social, com grande envolvimento comunitário e uma forte rede de parcerias artísticas, académicas e institucionais”, explica o Vice-Reitor da UC para a Cultura, Comunicação e Ciência Aberta, Delfim Leão.
Desde 1996 que a Manifesta, Bienal Nómada da Europa, acontece numa cidade europeia diferente a cada dois anos. Os trabalhos de preparação da 17ª edição, em 2028, arrancam já no início de 2026, garantindo a Coimbra uma nova dinâmica e uma projeção renovada como um dos maiores polos culturais e artísticos de Portugal.
Em setembro deste ano, vai ter lugar, em Coimbra, uma cerimónia formal para celebrar a assinatura do acordo oficial com todos os parceiros-chave da iniciativa.
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