DyeLoop Permite Tingir Tecidos de Forma Mais Barata e Sustentável

Press Release: O projeto, desenvolvido pela Universidade de Coimbra, conta com um financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian no valor de 1,4 milhões de euros.

Tendo como foco a sustentabilidade no setor têxtil, o projeto DyeLoop vem propor soluções inovadoras para o tingimento de tecidos, ao utilizar tecnologias circulares diferenciadoras para reutilizar corantes e reduzir significativamente o consumo de água e energia. Para o coordenador do DyeLoop, Jorge Pereira, este é um projeto que "muda o paradigma da industria têxtil". Após o processo de tingimento, "em vez de se enviar a água para tratamento e descarte", o DyeLoop aproveita "os efluentes que ainda têm cor e os reintroduz no processo", explica.

Ao longo dos próximos três anos, vão ser ainda investigadas novas soluções biotecnológicas para a produção de têxteis mais sustentáveis. O DyeLoop “vai permitir desenvolver e implementar um protótipo industrial que prevê reduzir os custos de tingimento têxtil em mais de 50%”, explica Jorge Pereira, também docente e investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC. O projeto prova ser um meio para economizar recursos essenciais e diminuir os impactos ambientais do sector têxtil, alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU.

O caráter inovador do projeto conquistou a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), que avança com um apoio financeiro no valor de 1,4 milhões de euros. "O projeto impressionou-nos desde o princípio", revela o administrador executivo da Fundação, António Cruz Serra. O DyeLoop desde cedo se revelou um projeto que ia ao encontro dos objetivos da FCG "relativamente às tecnologias e ao impacto na sustentabilidade". António Cruz Serra acredita que o projeto "pode ter um impacto muito positivo". Na opinião do administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, "é preciso fazermos demonstração de tecnologia que possa ajudar à sustentabilidade".

O Reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, considera o DyeLoop "um projeto de grande valor". Após uma primeira fase de pesquisa, o DyeLoop encontra-se numa etapa de desensolvimento, em que começa "a fugir da nossa capacidade de controlo e financiamento porque precisa de se aproximar do mercado". O apoio da Fundação Calouste Gulbenkian é por isso "fundamental" para que o projeto avance. "Acredito que daqui a dois anos teremos um resultado visível e de grande sucesso", acrescenta o Reitor da UC.

O Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, António M. Feijó, salientou que a ciência "é um dos fins estatutários da Fundação". Com o objetivo de tornar o Instituto Gulbenkian Ciência "numa instituição europeia de topo", a Fundação decidiu fundi-lo com o Instituto de Medicina Molecular, dando origem ao Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular, entidade que deu origem a este financimento.

O evento de apresentação oficial do DyeLoop decorreu a 18 de fevereiro, na Sala do Senado da Universidade de Coimbra.

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