Press Release: Nova infraestrutura dedicada à preservação da diversidade biológica resulta do maior financiamento alguma vez atribuído a um centro de investigação nacional.
Mais de dois anos depois do arranque das obras, e quase seis após a histórica aprovação, pela Comissão Europeia, das candidaturas que deram origem ao maior orçamento alguma vez dedicado a um centro de investigação nacional, o BIOPOLIS já tem casa própria na antiga Quinta de Crasto, no polo da Universidade do Porto em Vairão (Vila do Conde).
A nova sede do ambicioso consórcio científico para as áreas da biodiversidade e da sustentabilidade, formado pelo CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da U.Porto, pela Universidade de Montpellier (França) e pela Porto Business School, foi inaugurada no passado dia 24 de março, numa cerimónia que contou com a presença do Primeiro Ministro, Luís Montenegro.
“Este espaço era um sonho que tem muitos anos e que agora é concretizado com este grande projeto europeu que é o BIOPOLIS, e que faz esta ligação muito especial entre a academia, o estado, as empresas e a sociedade civil”, destaca Nuno Ferrand, diretor do CIBIO e presidente da associação BIOPOLIS.
Resultado de um investimento de 9 milhões euros, a nova “superestrutura” científica está dotada de todas as condições para a realização de investigação de ponta na área do estudo e da conservação dos recursos biológicos. “Estamos a falar da reabilitação de uma quinta do século XIX que hoje é transformada na mais moderna infraestrutura em termos de ciências biológicas”, destaca o coordenador do BIOPOLIS.
A inauguração do novo complexo no campus de Vairão representa, assim, mais um passo no crescimento daquela que, nas palavras de Nuno Ferrand, pretende afirmar-se como de uma “infraestrutura de investigação global”: “Hoje, os cientistas do BIOPOLIS fazem investigação em todas as partes do mundo. Temos pessoas em todos os continentes e geografias e isso é o resultado de uma dedicação fabulosa por parte dos nosso investigadores”, conclui.
Um projeto de “enorme alcance” para um “futuro com esperança”
Presente na cerimónia esteve também o Reitor da U.Porto, que, em pleno Dia da Universidade, aproveitou para sublinhar o “enorme alcance” de um “projeto internacional que congrega um grande número de instituições públicas e privadas, académicas, científicas e empresariais, em torno da necessidade urgente de fazer face aos grandes perigos que hoje enfrentam os ecossistemas terrestres e a biodiversidade, e, portanto, o nosso próprio futuro enquanto espécie”.
“A primeira missão de uma universidade é a formação técnica, científica e ética daqueles que hão de imaginar o amanhã da comunidade, produzindo o conhecimento, a investigação e a inovação que impulsionem o progresso e o bem-estar de todos. É também este o sentido – e o desígnio – deste BIOPOLIS, parte de um projeto mais ambicioso que a Universidade do Porto tem vindo a desenvolver no seu polo de Vairão”, realçou António de Sousa Pereira.
A fechar a cerimónia, Luís Montenegro deixou também elogios ao “magnífico investimento e magníficas condições de trabalho” que encontrou no BIOPOLIS.
Dirigindo-se aos investigadores, o Primeiro-Ministro realçou o “privilégio de trabalhar num ambiente com esta qualidade, cumprindo o que é a obrigação dos deveres públicos de tirarmos partido do potencial que temos à nossa frente”.
Num discurso marcado pelo signo da “esperança”, o governante reconheceu que “vivemos tempos inquietantes e desafiantes”, mas também que “temos de olhar para o futuro com esperança. E foi isso que eu vi aqui. (…) Saio daqui com o reconhecimento que vos é devido, de terem palmilhado o caminho da cooperação, de trabalharem em rede e de ampararem o talento de conjunto de pessoas que querem levar o conhecimento mais longe”, concluiu.
A cerimónia contou também com a presença dos ministros da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, e do Ambiente e Energia, Maria de Graça Carvalho, bem como de representantes de diversas entidades nacionais e internacionais parceiras do BIOPOLIS.
BIOPOLIS: construir o futuro em rede
Foi em abril de 2019 que Comissão Europeia aprovou o maior financiamento alguma vez atribuído a um centro de investigação português nacional: 86 milhões de euros (para os primeiros sete anos de funcionamento), provenientes de financiamentos europeus (Teaming e ERA-Chair) e da comparticipação da CCDRN, da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e das empresas e laboratórios associados ao consórcio.
Mobilizando agentes do setor publico e privado nacional e internacional, incluindo decisores políticos, universidades e centros de investigação, empresas e a sociedade civil, o BIOPOLIS pretende estabelecer uma ligação estreita entre a ciência e as empresas, nomeadamente através da promoção de cátedras convidadas.
O consórcio está ainda vocacionado para a capacitação científica e tecnológica de instituições académicas de países em desenvolvimento de diversas geografias, onde serão criados twinlabs e estações biológicas internacionais.
Para além da avaliação e monitorização ambiental e da conservação e uso sustentável dos recursos naturais e dos ecossistemas, o BIOPOLIS, já distinguido com o prémio Human Resources Strategy for Researchers (HRS4R) da União Europeia, operará também no domínio agroambiental, estudando os sistemas agroflorestais no sentido de proteger a biodiversidade dos solos e das espécies, e de garantir a sua preservação para o futuro.
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