Portugal continua a enfrentar um grande desafio no que diz respeito às competências dos seus adultos, segundo um recente estudo da OCDE. O relatório, que analisou a literacia, numeracia e resolução de problemas em ambientes digitais, posiciona o país abaixo da média dos membros da organização, colocando em evidência uma séria limitação nas capacidades dos trabalhadores para se adaptarem às novas exigências do mercado global.
Literacia e Numeracia: A Deficiência das Competências Fundamentais
O estudo revela que uma parte significativa dos adultos portugueses enfrenta dificuldades em tarefas básicas de literacia e numeracia, como a interpretação de textos simples e a realização de cálculos elementares. Esses desafios são ainda mais marcantes entre a população mais velha, que passou por um sistema educacional com menos foco em habilidades digitais e práticas.
Problemas com a Resolução de Problemas Digitais
Outro aspecto preocupante identificado no estudo é a baixa capacidade dos adultos portugueses para resolver problemas em ambientes digitais. Em uma era em que a transformação digital molda a maioria das indústrias e profissões, a falta de competências tecnológicas pode ser um obstáculo considerável para a reintegração ou manutenção dos trabalhadores no mercado de trabalho.
Impacto da Escolaridade e da Idade
Os dados indicam que os adultos com escolaridade mais baixa são os mais afetados, uma vez que a formação inicial não os preparou adequadamente para as competências exigidas pela atual economia digital. Além disso, a faixa etária mais velha enfrenta desafios ainda mais acentuados, dado o longo período de inatividade ou falta de atualização em relação às novas tecnologias.
Soluções Propostas: Educação Contínua e Capacitação Digital
A OCDE sugere que uma das principais soluções para superar essas limitações é o investimento em programas de educação ao longo da vida. Programas de requalificação e atualização profissional seriam essenciais para garantir que os adultos portugueses consigam desenvolver as competências necessárias para uma participação ativa e competitiva no mercado de trabalho.
Especialistas também defendem um maior investimento em programas que ofereçam formação digital acessível e eficaz, para que todos os cidadãos, independentemente da idade ou nível de escolaridade, possam ter a oportunidade de se adaptar ao mundo digital.
Conclusão: Necessidade Urgente de Reformas Educacionais
O estudo da OCDE destaca uma questão fundamental: para garantir um futuro sustentável para a economia portuguesa, é necessário promover uma reforma educacional que priorize as competências digitais e a formação contínua. A falta de habilidades entre os adultos mais velhos e os que têm menor escolaridade poderá se traduzir em grandes desafios económicos para o país se não forem tomadas medidas urgentes.
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