O CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) foi selecionado como uma das 13 instituições científicas que irão contribuir para a fase de desenvolvimento da Federação da Nuvem Europeia de Ciência Aberta (EOSC, na sigla em inglês). Esta nova fase marca um passo decisivo na construção de uma infraestrutura científica pan-europeia orientada pelos princípios FAIR — dados localizáveis, acessíveis, interoperáveis e reutilizáveis.
A EOSC é uma iniciativa estratégica da União Europeia com o objetivo de criar uma rede federada de serviços e dados científicos, acessível a investigadores de todas as áreas. O primeiro nó desta federação, o EOSC EU Node, foi lançado em abril de 2024 e entrou em plena operação em outubro do mesmo ano. Esta plataforma de referência permite o acesso a dezenas de milhões de publicações científicas, conjuntos de dados e software, integrando também recursos de computação e armazenamento, promovendo a colaboração científica a uma escala sem precedentes.
Num workshop recentemente realizado em Bruxelas, especialistas do CERN e de outras 12 organizações científicas reuniram-se com representantes do nó da UE e da EOSC Association para delinear um plano de ação conjunto. Este plano visa a entrega de um protótipo funcional da Federação EOSC até ao final de 2025. Durante o encontro, os participantes apresentaram casos de uso científicos e de infraestrutura, destacando o valor acrescentado que as suas contribuições trarão aos utilizadores finais da federação.
A participação do CERN nesta fase da EOSC é vista como uma continuação natural do seu papel de liderança na promoção da Ciência Aberta. A organização tem vindo a desenvolver plataformas e ferramentas fundamentais para a comunidade científica, como o Zenodo, CERN Open Data, InvenioRDM, Indico, ESCAPE VRE, REANA, INSPIREHEP, HEPData, ScienceMesh, EFSS Storage e a comunidade CS3.
Bob Jones, membro sénior do CERN e ex-diretor da EOSC Association, sublinha: “Construir uma federação de sucesso não se resume apenas à infraestrutura, mas sim a garantir que os utilizadores participam na co-criação dos serviços. Foi esse o segredo do êxito da WLCG, uma federação com mais de 170 centros de dados em mais de 40 países, criada pelo CERN há 20 anos e que continua a ser o pilar da gestão de dados da física de altas energias.”
O próximo passo para as organizações envolvidas é a consolidação dos seus planos de projeto e o início da implementação. Está prevista uma primeira avaliação dos progressos em junho de 2025. Esta colaboração promete ser um marco no avanço de uma infraestrutura europeia de investigação aberta, sustentável e centrada nos utilizadores.
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