Ataques Cibernéticos Pró-Rússia Intensificam-se com Aproximação da Cimeira da NATO nos Países Baixos

Press Release: Com o aproximar da cimeira da NATO em Haia, os Países Baixos têm enfrentado uma nova vaga de ataques cibernéticos, com especial destaque para ofensivas de DDoS contra sites governamentais, serviços públicos e infraestruturas críticas.

À medida que os Países Baixos se preparam para acolher a próxima cimeira da NATO em Haia, a atenção internacional não recai apenas sobre os encontros diplomáticos. Nos bastidores digitais, o país enfrenta uma nova vaga de ataques cibernéticos, com especial destaque para ofensivas de Distributed Denial of Service (DDoS) contra sites governamentais, serviços públicos e infraestruturas críticas. Os ataques têm sido reivindicados pelo grupo hacktivista pró-Rússia NoName057(16).

Porém, este cenário está longe de ser algo isolado. Segundo a Check Point Research (CPR), equipa de investigadores da Check Point® Software Technologies Ltd. (NASDAQ: CHKP), pioneira e líder mundial em soluções de cibersegurança, os ataques enquadram-se numa estratégia mais vasta de guerra híbrida por parte de grupos alinhados com os interesses russos. Trata-se de uma combinação de disrupção digital com guerra psicológica, cujo objetivo é minar a confiança pública e enfraquecer a coesão entre aliados da NATO.

“A vaga recente de ataques DDoS nos Países Baixos reflete uma tendência global crescente, em que agentes estatais ou alinhados com regimes autoritários recorrem a ciberataques disruptivos para desestabilizar países aliados da NATO e corroer a confiança das suas populações”, alerta Zahier Madhar, Enterprise Architect e Evangelista da Check Point Software Technologies. “A nossa investigação revela que estas ações são muitas vezes coordenadas entre fronteiras para maximizar o impacto mediático e causar confusão.”

Alianças hacktivistas com objetivos geopolíticos

No seu Relatório de Segurança 2025, a Check Point chama a atenção para a crescente coordenação entre grupos cibercriminosos e hacktivistas, muitas vezes reunidos sob coligações como a Holy League. Este coletivo inclui mais de 60 grupos — entre eles KillNet, NoName057(16) e UserSec — responsáveis por ciberataques contra eventos da NATO, instituições ocidentais e meios de comunicação social.

Mais do que vandalismo digital, estas ações fazem parte de uma agenda política clara: influenciar processos democráticos, enfraquecer a confiança na governação e semear divisões entre países aliados.

Os Países Baixos são apenas o mais recente alvo desta tendência. Ataques semelhantes têm visado a Ucrânia, a Alemanha e outras nações sempre que há coordenação internacional contra a agressão russa. O padrão repete-se: quando as democracias se unem, o espaço digital torna-se também um campo de batalha.

Uma cimeira da NATO sob ameaça digital

De acordo com a emissora pública NOS, as autoridades holandesas estão a priorizar a cibersegurança e a resposta à desinformação nos preparativos da cimeira da NATO. O coordenador nacional para contraterrorismo e segurança (NCTV) afirmou que estas ameaças são esperadas e que a capacidade de resposta rápida é essencial.

A urgência é corroborada pelos dados da Check Point: em 2024, as campanhas de desinformação atingiram novos níveis de sofisticação, recorrendo à inteligência artificial e a modelos de linguagem generativos. Vídeos deepfake, notícias falsas e bots automatizados em redes sociais têm sido utilizados por estados como a Rússia para manipular a opinião pública e polarizar sociedades democráticas.

Este tipo de ação não é novo. Em 2023, a Check Point revelou a operação MiddleFloor, uma campanha de desinformação dirigida à Moldávia nas vésperas das eleições presidenciais e do referendo sobre a adesão à União Europeia. O ataque recorreu a sites falsos, avatares gerados por IA e campanhas orquestradas nas redes sociais para minar a confiança nas instituições ocidentais e na NATO.

“Estamos a assistir a um aumento persistente da atividade cibernética com motivação política nos Países Baixos”, sublinha Kilian Klein, Country Manager da Check Point nos Países Baixos. “Isto reforça a necessidade urgente de investimento em defesas proativas e em colaboração transversal entre os sectores público e privado.”

Menos ataques, mas alvos de alto valor

Apesar da recente onda de ataques DDoS, os Países Baixos continuam abaixo da média global em volume geral de ciberataques. Segundo a inteligência de ameaças da Check Point, as organizações holandesas registaram, em média, 1.072 ataques por semana nos últimos seis meses — valor inferior à média global, que supera regularmente os 1.400 ataques semanais por organização.

No entanto, esta “tranquilidade” relativa não deve ser confundida com segurança. Os malwares mais prevalentes no país incluem FakeUpdates, AgentTesla e Formbook, um conjunto de botnets, trojans de acesso remoto e ladrões de credenciais. Mais de 68% dos ficheiros maliciosos chegaram por e-mail nas últimas quatro semanas, sendo o tipo de exploração mais comum o de Information Disclosure, com impacto em 62% das organizações holandesas.

Este cenário revela um paradoxo: os Países Baixos sofrem menos ataques do que outras nações, mas continuam a ser um alvo de elevado valor — sobretudo em momentos geopolíticos sensíveis como o da cimeira da NATO. O baixo volume de ataques pode ser sinal de estratégias de defesa eficazes ou, mais preocupantemente, de uma pausa estratégica antes de operações mais complexas.

Da consciencialização à resiliência

O relatório da Check Point sublinha que, embora os ciberataques catastróficos ainda não se tenham concretizado, o impacto acumulado da disrupção constante é corrosivo. As campanhas de DDoS não roubam dados, mas minam a confiança no Estado. A desinformação não desliga redes elétricas, mas fragiliza os pilares da democracia.

O caminho passa pela colaboração e pela defesa proativa

Perante este novo panorama de ameaças, a Check Point apela a que entidades públicas e privadas:

  • Invistam em soluções de ciberdefesa baseadas em IA, capazes de antecipar ataques e não apenas reagir;
  • Aumentem a visibilidade nas redes para detetar e mitigar tentativas de DDoS ou exfiltração de dados;
  • Reforcem a colaboração com a NATO, organismos europeus de cibersegurança e comunidades de threat intelligence;
  • Promovam a literacia digital e o combate à desinformação junto do público.

O novo palco da geopolítica é digital. Para países como os Países Baixos, a realidade impõe-se: proteger os debates sobre segurança é, hoje, inseparável da proteção das plataformas onde esses debates decorrem.

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Sobre a Check Point Software Technologies Ltd.

A Check Point Software Technologies Ltd. (www.checkpoint.com) é um fornecedor líder de plataformas de cibersegurança alimentadas por IA e fornecidas na cloud, protegendo mais de 100.000 organizações em todo o mundo. A Check Point aproveita o poder da IA em todo o lado para melhorar a eficiência e a precisão da cibersegurança através da sua Plataforma Infinity, com taxas de captura líderes na indústria, permitindo uma antecipação proativa de ameaças e tempos de resposta mais inteligentes e rápidos. A plataforma abrangente inclui tecnologias fornecidas pela cloud que consistem em Check Point Harmony para proteger o espaço de trabalho, Check Point CloudGuard para proteger a cloud, Check Point Quantum para proteger a rede e Check Point Infinity Core Services para operações e serviços de segurança colaborativos.

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