Nos últimos anos, a Inteligência Artificial tem evoluído a um ritmo impressionante, com empresas como a OpenAI e a Google a liderar o desenvolvimento de modelos avançados. No entanto, uma nova empresa chinesa, a DeepSeek, surgiu recentemente como um forte concorrente, desafiando o domínio das grandes tecnológicas ocidentais.
A DeepSeek é uma empresa sediada em Hangzhou, na China, e foi fundada por Liang Wenfeng, um dos cofundadores do fundo de hedge quantitativo High-Flyer. O seu objetivo principal é desenvolver modelos de IA generativa de alta qualidade e acessíveis ao público, apostando num formato de código aberto.
O grande destaque da DeepSeek veio com o lançamento do DeepSeek-R1, um modelo de IA que chamou a atenção do mercado por oferecer um desempenho competitivo a um custo muito inferior ao dos modelos ocidentais. Este modelo foi desenvolvido com um investimento relativamente baixo, recorrendo a unidades de processamento gráfico Nvidia H800, uma alternativa viável para empresas chinesas devido às restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos.
O DeepSeek-R1 destacou-se por ser um modelo de código aberto, disponibilizado sob a licença MIT, permitindo que qualquer pessoa o utilize, adapte e comercialize sem restrições. Esta abordagem contrasta com a estratégia de empresas como a OpenAI, que optam por manter os seus modelos fechados e acessíveis apenas através de plataformas pagas.
Além do DeepSeek-R1, a empresa lançou também o DeepSeek-V3, um assistente de IA que rapidamente se tornou um dos mais populares do mundo. Este assistente superou até o ChatGPT na App Store dos Estados Unidos, tornando-se a aplicação gratuita mais bem avaliada na categoria de inteligência artificial.
No entanto, o sucesso da DeepSeek não veio sem controvérsia. O método utilizado para treinar os seus modelos tem sido alvo de debate, uma vez que recorre a uma técnica conhecida como distilação de conhecimento. Este processo consiste em treinar um modelo mais pequeno utilizando as respostas e o conhecimento de modelos maiores já existentes. Algumas fontes sugerem que a DeepSeek pode ter utilizado modelos da OpenAI como referência, o que levanta questões sobre a ética e legalidade desta abordagem.
A entrada da DeepSeek no mercado global já teve consequências significativas. O seu impacto fez-se sentir até nas bolsas de valores, levando a uma queda nas ações de algumas empresas de tecnologia que dominam atualmente a inteligência artificial. O avanço da DeepSeek também reforça a posição da China como um dos principais centros de inovação em IA, desafiando o domínio tecnológico dos Estados Unidos.
A longo prazo, a DeepSeek pode tornar-se uma referência na indústria, especialmente se continuar a desenvolver modelos eficientes e acessíveis. A sua abordagem open-source poderá forçar outras empresas a repensarem as suas estratégias, tornando a inteligência artificial mais acessível a empresas e programadores independentes.
O futuro da DeepSeek ainda é incerto, mas uma coisa é clara: a sua rápida ascensão representa uma mudança importante no equilíbrio global do desenvolvimento de IA. Resta saber como as grandes tecnológicas ocidentais irão reagir a este novo concorrente e se serão capazes de manter a sua posição dominante no setor.
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