A morte de Marco Paulo, a 24 de outubro de 2023, aos 79 anos, após uma longa batalha contra o cancro, gerou não só um grande vazio no mundo da música, mas também um imenso choque dentro da sua própria família. Isso porque, ao contrário do que muitos esperavam, o cantor deixou de fora do seu testamento os familiares diretos, incluindo seus irmãos.
Ernesto Simão, um dos irmãos do artista, manifestou-se publicamente em profunda indignação ao saber das disposições do testamento, através do filho, a 30 de novembro. O octogenário, que soubera da morte do irmão apenas no dia do funeral, devido a uma internação para uma cirurgia à coluna, não escondeu o seu desconforto. "A minha primeira reação foi: ‘Já? Ainda agora ele morreu… Estão a falar a sério? Não acredito. Se assim é, foi um ingrato, esteve muito mal’", disse Ernesto, em entrevista à revista "Nova Gente".
Segundo Ernesto, a família esteve ao lado de Marco Paulo até ao último momento da sua vida. "Nunca esperei. Nunca ninguém da família lhe fez mal ou o tratou mal, antes pelo contrário", afirmou, lamentando especialmente a ausência de legados que representassem a memória familiar. "Nem as fotos de família, dos meus pais e até dos meus avós, ou objetos de família sem valor monetário, como a pedra mármore da campa da minha mãe, que está lá na quinta", lamentou.
No testamento, Marco Paulo destinou a sua herança a três pessoas: seu afilhado Marco António (Marquinho), ao seu compadre António Coelho (Toni) e um bombeiro de Braga, Eduardo Ferreira ("Dudu"), a quem conheceu em 2021. A decisão de não deixar nada para a família tem causado estranheza entre os parentes, que se questionam sobre a razão dessa exclusão, dado o apoio dado ao cantor ao longo dos anos.